Retirado de http://gmas.no.sapo.pt/Ficheiros/cnarrativa%20-%20accao.htm | | | | | | | | | | | | | | | | |
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Ação
A ação principal da história é
o desenrolar da paixão entre o Gato e a Andorinha.
Ela começa com quem conhece a história
– o Vento – chegando ao ouvido do narrador.
Este último conta-nos como se desenrola essa paixão
através da intensidade das conversas e dos passeios
entre as personagens principais.
Tudo se passa em torno da
história de amor entre os dois: os comentários
das outras personagens, o tempo, a maneira como
são tratados e como eles tratam os apaixonados.
O momento máximo está no fim da “Primavera”,
onde estes começam a se afastar, dado que a
Andorinha estava prometida para o Rouxinol.
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A história principal é narrada de acordo
com as estações do ano. Simbolicamente, elas estão de acordo com os
sentimentos das personagens principais. Na Primavera, o
Gato e a Andorinha conhecem-se. No Verão o Gato
apercebe-se que está apaixonado pela Andorinha e fica
com ciúmes por ela sair com o Rouxinol. No Outono, o
Gato sofre com as outras personagens, devido à má fama
que o Gato tivera no passado (mau, rabugento, perigoso,
temido). Escrevia poemas, para a amada, de modo
apaixonado, nostálgico. O Inverno é caracterizado pela
separação dos amantes – a tristeza, de certo modo,
acompanha-os.
Falemos então dos três tipos de espaço: físico,
social e psicológico.
O espaço físico da história é um
parque, onde as personagens se movem, visto com muita
clareza pelas personagens: é o lugar onde eles vivem.
Em termos de espaço
social, diríamos que o Gato é um vagabundo, que
vive no parque, livre de impedimentos porque
todos o temiam. A Andorinha já é uma “flor
de estufa”, muito bem protegida pela sua
classe social, a classe social alta. Diria
que seria um amor impossível também devido às
suas diferenças de classes sociais.
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Quanto ao nível psicológico, o
Gato Malhado sofre uma experiência que lhe abrir as
portas para as recordações, a memória de uma paixão
idealizada, romântica e sofrida. Esse sofrimento o faz
crescer interiormente.
O narrador não participa da história. Ele
é totalmente alheio aos
acontecimentos que narra. Por isso, a sua narração é
feita na 3ª pessoa:
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“A história que a
Manhã contou ao Tempo para ganhar a rosa azul
foi a do Gato Malhado e a Andorinha Sinhá; [...]
Eu a transcrevo aqui por tê-la ouvido do ilustre
Sapo Cururu [que contou o caso] para provar
a irresponsabilidade do amigo [...].”
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O seu ponto de vista, como podemos
observar na passagem acima, é de uma focalização
externa, onde o narrador é um mero observador, exterior
aos acontecimentos. Narra aquilo que pode apreender
através dos sentidos: ele não penetra no interior das
personagens.
Personagens
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Aqui faço uma breve descrição das
personagens do livro. Na minha opinião, Jorge Amado não
escreveu a obra de forma inocente. Cada animal tem uma
carga simbólica bem definida, mas isso fica a critério
de quem lê a obra. Por isso, irei dar o seu relevo na
obra. A caracterizações das personagens são feitas ou
pelas outras personagens ou pelo narrador.
Personagem principal. olhos pardos que refletiam
maldade, feio, corpo grande e forte, ágil, de riscas
amarelas e negras. Era egoísta, mau
humorado, convencido. Vivia como se fosse um vagabundo,
carente de carinhos. A caracterização indireta
verifica-se pela maneira como as personagens reagiam
após o Gato ter conhecido a Andorinha, porque, até
então, ninguém lhe dava atenção e afeto.
Escrevia-lhe sonetos (plagiados), falava bem com
aqueles que ele tratava mal. Mesmo assim, a sua fama de
mau persegue-o até ao fim da história.
Personagem principal. A Andorinha é risonha, alegre,
aventureira, bela, gentil, uma jovem que adora conversar
e mantinha boas relações com todos. A sua vida era tranquila até que conheceu o Gato Malhado. A Andorinha
viu-o como um desafio: ouvira falar muito mal dele, e
até fora proibida de chegar perto dele, mas essa
situação aumentou-lhe mais a vontade de conhecê-lo
melhor. O narrador acha-a “louquinha” por esta
querer falar com o inimigo (gatos se alimentam de passarinhos!).
É um animal que, por si só, tem uma carga
simbólica poderosa e importante. É o animal mais
temível de todos. Morava fora do parque e foi afugentada
pelo Gato.
A Manhã é uma
funcionária relapsa, preguiçosa, fanática por uma boa
história, distraída, sonhadora. Ela apaga as estrelas e
acende o Sol.
O Tempo é o Mestre de
tudo e de todos.
É belo e gentil. É o professor de canto da Andorinha e
seu pretendente. É com ele que a Andorinha vai casar. Ele
desperta ciúmes no Gato, porque é uma ave, assim como a andorinha.
Sabia a vida de todos no parque e é com
ela que o Gato falava mais.
Tinha passado algum tempo num
seminário e dava aulas
de religião. Por debaixo da capa
religiosa, é um mentiroso, covarde e namorador, que fazia
propostas indecentes ao público feminino. É o único
que falava "a língua dos homens".
Galo Don
Juan de Rhode Island
O Galo, polígamo,
“maometano”, orgulhoso (nota-se até no
nome!). Foi o juiz do casamento da Andorinha e do
Rouxinol.
Sapo
Cururu
Companheiro do Vento, o Sapo é
quem conta a história da obra ao narrador. Ele é visto
como um ilustre, um intelectual, um académico, que vai
denunciar para o leitor que o Gato plagiou sonetos.
Cães
Serviam para ajudar a compor o ambiente do
parque.
Pata
Pepita e o Pato Pernóstico
Ajudam a compor o ambiente no que
diz respeito à vida social do parque. Uma das frases que
eu acho importante para ilustrar a condenação do amor
do Gato e da Andorinha vista pelas personagens é dita
pela Pata: “pata com pato, [...] andorinha com ave,
gata com gato”.
Fazia longas viagens, levando a
correspondências do parque. Tinha boa índole, mas era
visto como um tolo porque a Pomba-Correio traia-o com o
Papagaio
Vaca
Mocha
É vista como uma figura com
muito prestígio, respeitada por todos, pois era
descendente de um touro argentino. É tranquila,
circunspecta, um pouco solene e irónica. No entanto,
possuía um temperamento vingativo e um humor variável.
Sua língua é uma mistura de português com espanhol
para dar um certo prestígio, mas a sua língua é o
português.
Vento
Não posso deixar de referir quem originou a
história do Gato Malhado e da Andorinha Sinhá: o Vento.
É um figurante na história. É um velho atrevido,
ousado, aventureiro, alegre, dançarino de fama. Ele
soube desta história de amor através de suas
aventuras e resolve contar a Manhã para cortejá-la.
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