terça-feira, 30 de outubro de 2012

Esta postagem é para o aluno que vai falar sobre a Literatura Infantil

Retirado do site  http://meuartigo.brasilescola.com/educacao/falando-sobre-literatura-infantil.htm

Falando sobre literatura infantil

Por: Sonia Oliveria Silva

Falando sobre histórias infantis, contos de fadas, enfim, literatura infantil. Muitos escritores de livros infantis passam o tempo preocupados em fazer o tempo das crianças ser bem aproveitado. Escrevem histórias para os pequenos que muita gente grande gosta.

Quando se pensa na literatura infantil brasileira, imediatamente surgem nomes como os de: Monteiro Lobato, Ana Maria Machado, Lygia Bojunga, Ziraldo, Elvira Vigna, Sylvia Orthof, Bartolomeu Campos Queiroz, entre outros, que veiculam em suas obras idéias engraçadas e bem humoradas, recriam situações inusitadas e absurdas que não só divertem o leitor, mas também o levam a refletir sobre a realidade que o cerca. Os escritores procuram estabelecer entre o leitor e o texto uma relação prazerosa de cumplicidade. Eles escrevem para a criança, pensando na criança, tentando uma comunicação com ela.

Quando uma história é boa, ela pode fazer a criança viver outra vida, ou seja, a vida da personagem da história e usando a imaginação, a criança vai viajando, reelaborando sua realidade pelo imaginário, pela fantasia.

A primeira manifestação consciente da produção de literatura específica para crianças foram os livros de leitura usados nas escolas. Acabou sendo difícil estabelecer uma separação entre os livros de entretenimento puro e o de leitura para aquisição de conhecimentos e estudo nas escolas.

“A literatura infantil propriamente dita partiu do livro escolar, do livro útil e funcional, de objeto eminentemente didático”. (ARROYO, 1968)

Antigamente, os livros de histórias infantis eram usados como pretexto para ensinar outros pontos da matéria e eram produzidos especialmente para as escolas. Muitos valores da sociedade foram passados adiante através dos livros infantis. Mas, a autêntica literatura infantil não deve ser feita essencialmente com intenção pedagógica ou didática. O importante é trabalhar o imaginário e a fantasia.

Até bem pouco tempo, a Literatura Infantil era vista como um gênero secundário, sendo considerada pelo adulto como algo pueril, parecido com um brinquedo. Sempre esteve mais ligada à pedagogia do que à arte.

O livro infantil era considerado uma obra menor destinada a passar conceitos e normas de conduta sociais, não uma obra artística que trabalha com o imaginário da criança.
A literatura infantil passou a ser valorizada há bem pouco tempo. Mas, há que se saber escolher o livro adequado para a criança ler.

Percebe-se que há uma nova maneira de escolher o livro, uma supervalorização do formato, tamanho, cor, volume, ou seja, a aparência, ao invés do conteúdo em si.
É fundamental o adulto dar o exemplo para que a criança passe a ter o hábito de ler muito. Um pai que tem o hábito da leitura, também lerá histórias para seu filho e logo terá um pequeno leitor em casa.

Infelizmente, no Brasil, poucas crianças vivem a realidade de poderem ler bons livros. Isso faz com que a tarefa aumente em relação às escolas. A relação criança/livro só acontece se os estímulos forem dados desde os primeiros anos de vida.

As escolas, os professores muito têm feito para aproximar as crianças dos livros de histórias, tentando despertar nelas o prazer da leitura. Mas tudo será mais fácil se começar na família. Por mais simpáticos e atenciosos que sejam os profissionais do livro, nada substitui a relação afetiva entre pais e filhos no momento da leitura.

Infelizmente, o costume de se contar histórias antes de dormir está se perdendo. A televisão anda substituindo os pais e a leitura. Com a correria do dia-a-dia, os pais nem se dão conta disso. Não percebem o quanto esse momento é importante, pois, enquanto o pai lê e a criança viaja na leitura, cria-se um laço de cumplicidade entre eles. Essa cumplicidade é que aproxima, une e amplia essa relação. Essa criança terá tudo para ser um excelente leitor.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Olá, estimados alunos da turma 702!!
Temos muito trabalho pela frente!! 
Para começar, leiam os textos que coloquei no blog (sem preguiça!!). Vejam o  video também.
Precisamos entender as duas histórias para pensarmos como vamos trabalhá-las na Feira Integrada.
Qual é a mensagem que cada história passa?
Quem são os personagens?
Por que esta história foi escrita?
E não se esqueçam de ler, atentamente, sobre o autor - Jorge Amado!
Anotem suas ideias para não esquecerem. Suas ideias são importantes!! 
Todos nós, juntos, faremos um trabalho muito legal!!
Até o nosso próximo encontro na sala de aula!!
Um abração!!
Professora Míriam

terça-feira, 23 de outubro de 2012

A Bola e o Goleiro (Jorge Amado)

 Retirado do site http://saudeinfantil.blog.br/2012/08/jorge-amado-para-criancas/

“Conhecido pela alcunha de Cerca-Frango, do goleiro Bilô-Bilô era de uma incompetência espantosa debaixo das traves. Jogava num time fuleiro e, já no começo da carreira, colecionava os apelidos mais vexaminosos: Mão-Furada, Mão-Podre, Rei-do-Galinheiro.
A bola Fura-Redes, por sua vez, era a alegria dos artilheiros. Fazia gols olímpicos, de efeito, de letra, de placa, de bicicleta, de folha-seca. Seus apelidos eram enaltecedores: Esfera Mágica, Goleadora Genial, Pelota Invencível e Redonda Infernal. Ela estava no auge, cotada até para ser a bola oficial da Copa do Mundo. Acontece que Fura-Redes se apaixona pelo frangueiro Bilô-Bilô e passa a fazer de tudo para cair nos braços do amado. O desastrado goleiro conhece então a glória dos estádios e se torna o ovacionado Pega-Tudo.
No dia da partida em que o Rei do Futebol poderia marcar seu milésimo gol, Fura-Redes se encontra num dilema: seu grande amor, o agora Pega-Tudo, está justo na meta adversária. Terá ela a ousadia de impedir o milésimo gol do Rei do Futebol para aninhar-se nos braços do amado?
Nesta narrativa infantil, a imparcial Fura-Redes – inimiga número um do zero a zero – acaba se apaixonando justamente por Bilô-Bilô, um goleiro que vivia às turras com as bolas mas que se deixa encantar pela generosa pelota. Com bom humor e romantismo, ‘A bola e o goleiro’ mostra que dois seres com vocações opostas podem reconhecer a beleza de quem é diferente – e até se deixar conquistar por isso.”

Por que Jorge Amado escreveu O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá?

Retirado do site http://www.jorgeamado.com.br/obra.php3?codigo=40473


O gato malhado e a andorinha Sinhá
Infantil, 1976 | Posfácio de Tatiana Belinky e João Jorge Amado
     O temperamento do gato malhado não era dos melhores. Sua fama de encrenqueiro era tanta que, quando ele aparecia no parque, todos fugiam: a galinha carijó, o reverendo papagaio, o pato negro, a pata branca, mamãe sabiá, os pombos, os cães. Até as flores se fechavam à sua passagem. Ao descobrir que todos os bichos tinham medo dele, o gato fica arrasado. Mas logo retoma sua indiferença habitual, pois não se importa com os outros.
     O que ele não sabia é que havia alguém que não tinha nem um pouco de medo dele: a andorinha Sinhá. Num dia de primavera, o gato percebe que ela foi a única que não fugiu quando ele apareceu. A andorinha justifica sua coragem: ela voa, ele não. Desde aquele dia a amizade entre os dois se aprofunda, e no outono os bichos já vêem o gato com outros olhos, achando que talvez ele não seja tão ruim e perigoso, uma vez que passara toda a primavera e o verão sem aprontar.
     Durante esse tempo, até soneto o gato escreveu. E confessou à andorinha: “Se eu não fosse um gato, te pediria para casares comigo…”. Mas o amor entre os dois é proibido, não só porque o gato é visto com desconfiança, mas também porque a andorinha está prometida ao rouxinol.
     Com grande lirismo, a história do amor de um gato mau por uma adorável andorinha assume aqui o tom fabular dos contos infanto-juvenis. Além de se transformar em um improvável caso de paixão, a narrativa mostra como duas criaturas bem diferentes podem não apenas conviver em paz como mudar a maneira de ver o mundo.


     Jorge Amado escreveu O gato malhado e a andorinha Sinhá em 1948, em Paris. Não era uma história para ser publicada em livro, mas um presente para o filho, João Jorge, que completava um ano de idade. Guardado entre as coisas do menino, o texto só foi reencontrado em 1976.
     João Jorge entregou a narrativa a Carybé, e o artista ilustrou as páginas datilografadas. Jorge Amado deu-se por vencido: “Diante do que não tive mais condições para recusar-me à publicação por tantos reclamada: se o texto não paga a pena, em troca não tem preço que possa pagar as aquarelas de Carybé”.
     O livro foi publicado no mesmo ano, sem alterações do original escrito quase trinta anos antes. “Se fosse bulir nele, teria de reestruturá-lo por completo, fazendo-o perder sua única qualidade: a de ter sido escrito simplesmente pelo prazer de escrevê-lo, sem nenhuma obrigação de público e de editor”, destacou Jorge Amado.
     A história é inspirada na tradição popular das narrativas orais. Jorge Amado colheu o tema de uma trova do poeta Estêvão da Escuna, que a costumava recitar no Mercado das Sete Portas, em Salvador. O texto foi adaptado mais tarde para teatro e balé.

     A história de amor do gato malhado e da andorinha Sinhá eu a escrevi em 1948, em Paris, onde então residia com minha mulher e meu filho João Jorge, quando este completou um ano de idade, presente de aniversário; para que um dia ele a lesse. Colocado junto aos pertences da criança, o texto se perdeu e somente em 1976 João, bulindo em velhos guardados, o reencontrou, dele tomando finalmente conhecimento.
     Nunca pensei em publicá-lo. Mas tendo sido dado a ler a Carybé por João Jorge, o mestre baiano, por gosto e amizade, sobre as páginas datilografadas desenhou as mais belas ilustrações, tão belas que todos as desejam admirar. Diante do quê, não tive mais condições para recusar-me à publicação por tantos reclamada: se o texto não paga a pena, em troca não tem preço que possa pagar as aquarelas de Carybé.
   
     Londres, agosto de 1976
     J. A.
   
     Ao concordar, em agosto de 1976, com a publicação desta velha fábula, ao nome de meu filho João Jorge, a melhor pessoa que eu conheço, quero acrescentar nesta página de dedicatória os de meu afilhado Nicolas Bay, dito Nikili e Niki, tão belo quanto inteligente, e os dos meus netos Bruno, Mariana, Maria João Pinóquio Leão e Cecília, que não a podem ainda ler e por isso mesmo; como não a podia ler João quando eu a escrevi.



A Tatiana Belink escreveu no posfácio que esse texto é uma fábula. E, realmente, é uma fábula: não só porque os bichos têm comportamentos humanos (tanto virtudes quanto defeitos), mas porque possui uma "moral" (na verdade, uma reflexão!) bastante interessante de ser discutida com as crianças: a sociedade limita, por meio de regras que seus pares julgam corretas, a união entre as diferenças.
Fernanda Isabel Bitazi, São Paulo/, 26/08/2010

 Retirado do site da revista Carta Capital: http://www.cartacapital.com.br/carta-fundamental/jorge-amado-para-criancas/

 

Literatura

Jorge Amado para crianças

O amor entre seres diferentes e a linguagem coloquial, presentes nas obras para adultos do escritor baiano, estão também no centro de suas surpreendentes narrativas infantis

A linguagem fluida e lírica e a defesa de valores como igualdade e liberdade fizeram de Jorge Amado um do mais populares escritores. Foto:Cláudia Guimarães/Folhapress


Jorge Amado (1912-2001) é considerado um dos mais populares escritores brasileiros, se não o maior. Algumas de suas personagens extrapolaram os limites dos textos em que suas histórias são narradas para se instalarem, como se fossem pessoas reais, no imaginário de muitos brasileiros.
É o caso de Gabriela e Nacib, protagonistas do romance Gabriela, Cravo e Canela (1958). O turista que chega a Ilhéus, na Bahia, logo é convidado a conhecer lugares como o Bar Vesúvio, nos quais essas e outras personagens teriam “vivido” as aventuras impressas no livro.
É preciso lembrar que novelas de televisão, canções populares e filmes de cinema contribuíram para dar estofo quase mítico a personagens como Gabriela, Tieta e Quincas Berro D’Água. Não se pode esquecer, porém, que, antes das adaptações para telinhas e telonas, palcos e tablados, as personagens dos romances de Jorge Amado já eram assunto de conversa de milhares de leitores.
A fama do escritor começou a crescer ainda na década de 1930, quando ele publicou seus primeiros romances: O País do Carnaval (1931), Cacau (1932), Suor (1934), Jubiabá (1935) e Mar Morto (1936). Jubiabá é um marco em sua carreira: traduzido para o francês, tornou-se um sucesso internacional, elogiado por Albert Camus. Também é um marco em nossa literatura: o protagonista do romance, Antônio Balduíno, é dos primeiros heróis negros da ficção brasileira.

Formação política e intelectual
Na época, Jorge Amado vivia no Rio de Janeiro, onde se formara em Direito e fizera amizade com artistas e intelectuais de esquerda, como Raul Bopp, Rachel de Queiroz, Gilberto Freyre, José Lins do Rego e Vinicius de Moraes. Por intermédio de Rachel de Queiroz, aproximou-se do Partido Comunista, do qual se tornou militante.
Sensível a problemas como a desigualdade social, tema recorrente em seus romances, exerceu intensa militância política, o que lhe causou perseguições, censuras e até a prisão, durante o Estado Novo (1937-1945).
O romance Capitães de Areia (1937), publicado naquele período, tem como personagens principais meninos de rua, vítimas do abandono, da miséria e de uma elite que prefere ignorá-los.
Em 1945, Jorge Amado foi eleito deputado federal pelo PCB. Um de seus projetos de lei instituiu no País a liberdade de culto religioso. Naquele mesmo ano, conheceu Zélia Gattai, companheira de toda a vida, com quem teve dois filhos, João Jorge e Paloma. Quando o filho João Jorge completou 1 ano, em 1948, ganhou de presente do pai o texto O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá. Não eram tempos tranquilos: o PCB fora decretado ilegal, Amado tivera o mandato cassado e a família havia se exilado na França. Os livros mais engajados do escritor, como a trilogia Os Subterrâneos da Liberdade, foram publicados ao longo dos anos 50, quando ele se fixou na então Tchecoslováquia e viajou pelo Leste Europeu, América Latina e Oriente.
Após o rompimento com o partido, ainda na década de 1950, a produção literária de Jorge Amado mudou de rumo, embora a denúncia de problemas políticos e sociais não tenha desaparecido de seus livros.
No entanto, o humor, a sensualidade, o sincretismo religioso e a miscigenação ganharam maior destaque nas páginas de romances como Tenda dos Milagres (1969) e Tieta do Agreste (1977). Outro aspecto relevante em obras desse período é o modo natural com que elementos sobrenaturais se imiscuem na vida cotidiana, em livros como A Morte e a Morte de Quincas Berro Dágua (1961) e Dona Flor e seus Dois Maridos (1966).

Histórias para crianças
Em 1976, João Jorge encontrou, em seus guardados, o texto O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá. O livro foi publicado quase 30 anos após sua produção. A improvável história de amor entre o gato e a andorinha seria, mais tarde, adaptada para teatro e balé.
Outra história de amor é o tema de A Bola e o Goleiro (1984). O amor entre seres diferentes, tão constante na obra de Jorge Amado, é o centro de suas histórias para crianças. Nelas, encontramos também a linguagem fluida, coloquial e lírica de seus romances para adultos, assim como a defesa de valores – a liberdade, a igualdade, a autoestima, dentre tantos outros – e o diálogo com paixões e tradições populares, como o futebol e a poesia dos trovadores de rua. Ah, sim: mais tarde, quando adultos, seus alunos aprenderão que Jorge Amado foi membro da Academia Brasileira de Letras. A melhor maneira de apresentar-lhes o escritor, por enquanto, é provando o tempero das histórias desse narrador.

O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá - Personagens


 Retirado de http://gmas.no.sapo.pt/Ficheiros/cnarrativa%20-%20accao.htm



Ação

A ação principal da história é o desenrolar da paixão entre o Gato e a Andorinha. 
Ela começa com quem conhece a história – o Vento – chegando ao ouvido do narrador. Este último conta-nos como se desenrola essa paixão através da intensidade das conversas e dos passeios entre as personagens principais.
 
Tudo se passa em torno da história de amor entre os dois: os comentários das outras personagens, o tempo, a maneira como são tratados e como eles tratam os apaixonados. O momento máximo está no fim da “Primavera”, onde estes começam a se afastar, dado que a Andorinha estava prometida para o Rouxinol.



Tempo 



A história principal é narrada de acordo com as estações do ano. Simbolicamente, elas estão de acordo  com os sentimentos das personagens principais. Na Primavera, o Gato e a Andorinha conhecem-se. No Verão o Gato apercebe-se que está apaixonado pela Andorinha e fica com ciúmes por ela sair com o Rouxinol. No Outono, o Gato sofre com as outras personagens, devido à má fama que o Gato tivera no passado (mau, rabugento, perigoso, temido). Escrevia poemas, para a amada, de modo apaixonado, nostálgico. O Inverno é caracterizado pela separação dos amantes – a tristeza, de certo modo, acompanha-os.


Espaço 



 Falemos então dos três tipos de espaço: físico, social e psicológico.
O espaço físico da história é um parque, onde as personagens se movem, visto com muita clareza pelas personagens: é o lugar onde eles vivem.
Em termos de espaço social, diríamos que o Gato é um vagabundo, que vive no parque, livre de impedimentos porque todos o temiam. A Andorinha já é uma “flor de estufa”, muito bem protegida pela sua classe social, a classe social alta.  Diria que seria um amor impossível também devido às suas diferenças de classes sociais.
 
Quanto ao nível psicológico, o Gato Malhado sofre uma experiência que lhe abrir as portas para as recordações, a memória de uma paixão idealizada, romântica e sofrida. Esse sofrimento o faz crescer interiormente.

Narrador



O narrador não participa da história. Ele é  totalmente alheio aos acontecimentos que narra. Por isso, a sua narração é feita na 3ª pessoa:

A história que a Manhã contou ao Tempo para ganhar a rosa azul foi a do Gato Malhado e a Andorinha Sinhá; [...] Eu a transcrevo aqui por tê-la ouvido do ilustre Sapo Cururu [que contou o caso] para provar  a irresponsabilidade do amigo [...].”
O seu ponto de vista, como podemos observar na passagem acima, é de uma focalização externa, onde o narrador é um mero observador, exterior aos acontecimentos. Narra aquilo que pode apreender através dos sentidos: ele não penetra no interior das personagens.

Personagens

Aqui faço uma breve descrição das personagens do livro. Na minha opinião, Jorge Amado não escreveu a obra de forma inocente. Cada animal tem uma carga simbólica bem definida, mas isso fica a critério de quem lê a obra. Por isso, irei dar o seu relevo na obra. A caracterizações das personagens são feitas ou pelas outras personagens ou pelo narrador.

Gato Malhado
 
Personagem principal. olhos pardos que refletiam maldade, feio, corpo grande e forte, ágil, de riscas amarelas e negras. Era egoísta, mau humorado, convencido. Vivia como se fosse um vagabundo, carente de carinhos. A caracterização indireta verifica-se pela maneira como as personagens reagiam após o Gato ter conhecido a Andorinha, porque, até então, ninguém lhe dava atenção e afeto. Escrevia-lhe sonetos (plagiados), falava bem com aqueles que ele tratava mal. Mesmo assim, a sua fama de mau persegue-o até ao fim da história.


Andorinha Sinhá
 
Personagem principal. A Andorinha é risonha, alegre, aventureira, bela, gentil, uma jovem que adora conversar e mantinha boas relações com todos. A sua vida era tranquila até que conheceu o Gato Malhado. A Andorinha viu-o como um desafio: ouvira falar muito mal dele, e até fora proibida de chegar perto dele, mas essa situação aumentou-lhe mais a vontade de conhecê-lo melhor. O narrador acha-a “louquinha” por esta querer falar com o inimigo (gatos se alimentam de passarinhos!). 


Cobra Cascavel
 
É um animal que, por si só, tem uma carga simbólica poderosa e importante. É o animal mais temível de todos. Morava fora do parque e foi afugentada pelo Gato.


Manhã e Tempo
 
A Manhã é uma funcionária relapsa, preguiçosa, fanática por uma boa história, distraída, sonhadora. Ela apaga as estrelas e acende o Sol. 
O Tempo é o Mestre de tudo e de todos.


Rouxinol
 
É belo e gentil. É o professor de canto da Andorinha e seu pretendente. É com ele que a Andorinha vai casar. Ele desperta ciúmes no Gato, porque é uma ave, assim como a andorinha.


Velha Coruja
 
Sabia a vida de todos no parque e é com ela que o Gato falava mais.


Reverendo Papagaio
 
Tinha passado algum tempo num seminário e dava aulas 
de religião. Por debaixo da capa religiosa, é um mentiroso, covarde e namorador, que fazia propostas indecentes ao público feminino. É o único que falava "a língua dos homens".


Galo Don Juan de Rhode Island
 
O Galo, polígamo, “maometano”, orgulhoso (nota-se até no nome!). Foi o juiz do casamento da Andorinha e do Rouxinol.


Sapo Cururu
 

Companheiro do Vento, o Sapo é quem conta a história da obra ao narrador. Ele é visto como um ilustre, um intelectual, um académico, que vai denunciar para o leitor que o Gato plagiou sonetos. 


Cães
 

Serviam para ajudar a compor o ambiente do parque.


Pata Pepita e o Pato Pernóstico
 
Ajudam a compor o ambiente no que diz respeito à vida social do parque. Uma das frases que eu acho importante para ilustrar a condenação do amor do Gato e da Andorinha vista pelas personagens é dita pela Pata: “pata com pato, [...] andorinha com ave, gata com gato”.


Pombo-Correio
 
Fazia longas viagens, levando a correspondências do parque. Tinha boa índole, mas era visto como um tolo porque a Pomba-Correio traia-o com o Papagaio


OUTRAS PERSONAGENS
 
Vaca Mocha
 
É vista como uma figura com muito prestígio, respeitada por todos, pois era descendente de um touro argentino. É tranquila, circunspecta, um pouco solene e irónica. No entanto, possuía um temperamento vingativo e um humor variável. Sua língua é uma mistura de português com espanhol para dar um certo prestígio, mas a sua língua é o português.

Vento
 
Não posso deixar de referir quem originou a história do Gato Malhado e da Andorinha Sinhá: o Vento. É  um figurante na história. É um velho atrevido, ousado, aventureiro, alegre, dançarino de fama. Ele soube desta  história de amor através de suas aventuras e resolve contar a Manhã para cortejá-la.


Retirado do site  http://emnapion.blogspot.com.br/2012/06/bola-e-o-goleirojorge-amado.html

 A BOLA E O GOLEIRO(JORGE AMADO)

                                                  
     Vou contar a quem a queira ouvir a história da bola Fura-Redes e do goleiro Bilô-Bilô, o Cerca-Frango, uma historinha para ninguém botar defeito, breve e louca como a vida.
     O destino das bolas de futebol é fazer gols e a bola Fura-Redes, como o nome indica, era a maior especialista do país na quantidade e na qualidade dos tentos assinalados.  Gols olímpicos, e de efeito, de folha-seca, de letra, de bicicleta, de placa, incomparáveis.
     Por isso mesmo tornou-se conhecida e aclamada como Esfera Mágica, Goleadora Genial, Pelota Invencível e Redonda Infernal, pelos locutores enlouquecidos ao microfone, quando a viam atravessar o campo, de passe em passe, de finta em finta, para marcar mais um tento sensacional.  A bola Fura-Redes era o pavor dos goleiros, a paixão dos pontas-de-lança e dos comandantes de ataque, a bem-amada da torcida.  Nascera para cruzar o arco, bater-se alegre  contra as redes, provocar o grito de guerra e de vitória da galera.
     Lustrosa, leve e atrevida, a mais redonda das pelotas, apesar de muito jovem, logo se tornou popularíssima devido ao número de tentos já marcados, cerca de seiscentos; muitos em cada partida.  Vários para a equipe A e vários para a equipe Z,pois Fura-Redes mantinha-se absolutamente imparcial quando se exibia no gramado.
     Marcava gols para as duas equipes, não protegia qualquer delas, era correta e justa.  Assinalaria maior número de tentos o time que mais procurasse o ataque, buscando encurralar o adversário.  Com ela, os artilheiros não erravam os chutes, não desperdiçavam bolas nas traves.  Mas, sendo igualmente bondosa, dotava de um coração de ouro, Fura-Redes tampouco deixava a outra esquadra em jejum: pelo menos um golzinho de consolação ela lhe concedia antes que o juiz trilasse o apito, dando o desafio por terminado.
     Fura-Redes fora proclamada inimiga número um do zero no placar.  Os resultados das partidas que jogava davam conta da impressionante vocação da Redondinha para o gol.  Redondinha, carinhoso apelido que lhe dera o Rei do Futebol.  Escores sempre altos: cinco a quatro, sete a seis, seis a seis.  Ou bem violentas goleadas: seis a dois, oito a três, cinco a um, quando se fazia evidente a diferença de qualidade entre os dois clubes, o campeão, dono do gramado, e o adversário, um timinho qualquer, de última categoria.
     Atingira Fura-Redes o ponto mais alto de sua brilhantíssima carreira: falava-se nela para ser a bola oficial da próxima Copa do Mundo.  Os principais artilheiros dos grandes clubes, os maiores pontas-de-lança do país morriam de amores por ela, todos queriam ser seus favoritos para alcançar o recorde mundial de gols.  Mas a heroína dos gramados não revelava preferência por nenhum deles.  Partia em direção ao arco tanto do pé do maior dos craques, Rei do Futebol, quanto da chuteira de um perna-de-pau qualquer até então desconhecido.  Para ela todos eram iguais, servia-se deles para buscar o gol e desatar a vibração do povo nos estádios a cada tento que marcava, todos dignos de placa.  Fura-Redes jamais se apaixonara.
     Um dia, porém, como sucede com todas as criaturas, Fura-Redes se apaixonou e logo por quem!  Em lugar de se apaixonar por um artilheiro, por um centro-avante, um ponta-de-lança, entregou seu coração a um goleiro, ao último dos goleiros, a Bilô-Bilô Mão Podre, engolidor de frangos.
     O goleiro Bilô-Bilô iniciara sua carreira de goleiro sendo saudado em campo com diversos apelidos, cada qual – como direi? – mais caloroso: Cerca-Frango, Mão-Furada, Mão-Podre, Rei-do-Galinheiro e outros nomes ainda mais feios que eu não reproduzo aqui por ser  esta historinha dedicada ao público infanto-juvenil.  Pois bem: Bilô-Bilô transformou-se no aplaudido, no popularíssimo Pega-Tudo, o Tranca-Gol, o Aranha, o Maior de Todos.
     Dizem ter sido a camisa de caramelo usada por Cerca-Frango a causa da paixão de Fura-Redes.  Quando o avistou no arco daquele time fuleiro que ainda não ganhara nenhuma partida no campeonato, que recebera goleada sobre goleada, Fura-Redes perdeu a cabeça, não teve olhos para ninguém.  Apenas iniciada a partida, ao ser chutada com violência para o arco, foi aninhar-se nos braços do Rei-do-Galinheiro.  Pela primeira vez na vida, Cerca-Frango viu-se ovacionado num estádio.
     Fura-Redes continuou a fazer gols sensacionais nos demais goleiros, um gol atrás do outro.  Mas quando entrava em campo a esquadra em cujo arco Pega-Tudo se exibia, era aquela glória.  O arqueiro adversário engolindo bola sobre bola, enquanto Pega-Tudo recolhia a pelota de mil maneiras diferentes, em defesas nunca vistas antes.  Outra coisa não desejava Fura-Redes além de aninhar-se nos braços de seu namorado.
     Para não faltar com a verdade, devo dizer que Bilô-Bilô mantinha-se igualzinho, não mudara: continuava sem saber se posicionar entre as traves, não saía do arco no momento certo, faltava-lhe visão do gol, enfim, prosseguia péssimo.  Apenas defendia tudo, absolutamente tudo.
     Cerca-Frango cercava a bola por um lado, ela estava no outro, a galera gritava GO-o-o-ol! E, de repente, na hora agá, o que se via? Via-se a bola encaixada nas mãos de Pega-Tudo, apertada contra o coração do goleiro, nos braços de Bilô-Bilô, sossegadinha, feliz da vida.  Em lugar de um novo gol de Fura-Redes, a torcida saudava mais uma portentosa defesa de Pega-Tudo.
     Durante um tempo mais ou menos longo, Fura-Redes e Tranca-Redes, ex-Cerca-Frango, dominaram os estádios brasileiros, empolgando multidões nas festas de tentos maravilhosos e de defesas deslumbrantes.  Ocupavam as manchetes dos jornais, as telas das televisões e dos cinemas, obrigavam os locutores a criarem expressões novas, ainda mais grandiloqüentes, aumentativos colossais para descrever os feitos da Bola e do Goleiro.
     Depois de varar as redes, aumentando o placar da surra humilhante  aplicada na equipe adversária, a Redondinha vinha redondinha, acolher-se nos braços de Bilô-Bilô, aconchegar-se em seu peito.  Por mais de uma vez aconteceu Tranca-Redes beijar Fura- Redes e então, no estádio, o numeroso público delirava.
     Parecia um milagre e assim era: milagre de amor não tem explicação, não necessita.
     Um dia os jornais, as rádios, as cadeias de televisão anunciaram para o Brasil e para o mundo inteiro que o Rei do Futebol havia faturado o gol novecentos e noventa e  nove e se preparava para varar o gol número mil, notícia empolgante e alvissareira.  Jamais outro artilheiro realizara tal façanha, metera mil gols nas redes adversárias.
     Movimentaram-se os goleiros do Brasil e de todos os países, todos queriam a honra e a glória de engolir o gol número mil do Rei.  Vieram telegramas propondo famosos quípers estrangeiros mas os brasileiros protestaram com razão: tinha de ser um goleiro nacional.
     Caberia a Bilô-Bilô aquele feito supremo: cercar o frango no milésimo gol do craque sem igual, pois cumprindo calendário do campeonato entraram em campo ou melhor adentraram o gramado – em embate tão importante não se entra em campo, adentra-se o gramado – a equipe do Rei e aquela cujo arco era guardado por Bilô-Bilô.
     Evidentemente a bola escolhida para o desafio não podia ser outra senão a famosa Fura-Redes, a quem o rei, como se sabe, galanteava dizendo-lhe “Redondinha, minha querida, minha formosa namorada”.
     Ainda hoje muita gente não acredita no que aconteceu em campo naquela tarde de sol com milhares de bandeiras desfraldadas no estádio onde mais de duzentas mil pessoas se comprimiam, gritando e aplaudindo.  O time do Rei do Futebol, que devia ganhar de goleada, apanhou uma surra de criar bicho.  Fura-Redes pintou e bordou e quando faltavam alguns segundos para a partida terminar, o escore subia a cinco a zero contra a equipe do Rei.
     Nos últimos segundos, porém, quando o público, decepcionado por não ter assistido ao gol número mil, começava a deixar o estádio,o juiz marcou um pênalti contra o time de Bilô-Bilô, pênalti que ninguém tinha cometido.  Roubo claro e evidente, foi no entanto aplaudidíssimo pois ia possibilitar que aquele imenso público visse e comemorasse o milésimo gol do Rei: mais do que ninguém, vibrou o nosso conhecido Cerca-Frango pronto para cercar o frango real e o engolir inteiro.
     Colocou-se a bola Fura-Redes na marca do pênalti, um silêncio enorme cobriu o estádio.  O Rei do Futebol tomou distância para dar ainda mais força ao chute potentíssimo, indefensável e fazer um límpido gol de placa.  Postou-se no arco Bilô-Bilô envergando a vistosa camisa cor de caramelo, nos lábios um riso de contentamento, pronto para não fazer a defesa, para engolir o frango cru, com penas e tudo.  Aliás nem se postou no centro do arco como era sua obrigação, ficou encostado na trave direita, do lado de fora, deixando o espaço livre para que Fura-Redes nele penetrasse.  Ninguém protestou, todos entenderam o gesto do arqueiro: iria se imortalizar ao receber aquele gol.
     Correu o Rei, chutou com a máxima violência a meia altura diante do arco vazio.  Duzentas e quatro mil trezentas e dezoito pessoas, sem contar os jornalistas, os cartolas e os penetras, viram Fura-Redes ser atirada com potente e certeiro chute do Rei do Futebol contra o desguarnecido arco de Bilô-Bilô.
     Puseram-se todos de pé no estádio, preparados para aplaudir, até o fim do dia e pelo resto da semana, o gol número mil do Rei do Futebol.  Viram então Fura-Redes dar meia-volta no ar, desviar-se antes de cruzar o arco, dirigindo-se, dengosa, para onde estava Bilô-Bilô vestido com a camisa cor de caramelo: queria aninhar-se  em seus braços.
     Mudou Cerca-Frango de posição, fugindo rápido para o outro lado, Fura-Redes fez o mesmo, a buscá-lo.  Assim ficaram os dois durante alguns minutos, um tempo enorme, correndo em frente às traves, de uma a outra, até que, desesperado, Bilô-Bilô disparou campo afora deixando o arco à disposição da bola.  Mas Fura-Redes partiu atrás de seu goleiro e o perseguiu até que o alcançou diante do arco adversário e em seu peito se aninhou redondinha e amorosa.
     Assim terminou a carreira futebolística da bola Fura-Redes e a do goleiro Cerca-Frango que foi o pior e o melhor de todos os goleiros.  O que fizeram depois? Ora, o que fizeram! Se casaram e viveram felizes para sempre.
     Bahia,janeiro de 1984

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Trabalho elaborado por um grupo de alunos do oitavo ano do Ensino Fundamental da Escola E.B.2,3 Gil Vicente (Guimarães) a partir da obra de Jorge Amado "O Gato Malhado e A Andorinha Sinhá" no âmbito da "Oficina de Escrita".
 Retirado do site UOL Educação: http://educacao.uol.com.br/biografias/jorge-amado.jhtm
 
Romancista baiano

Jorge Amado

[creditofoto]10/8/1912, Itabuna (BA)
6/8/2001, Salvador (BA)


Jorge Amado nasceu na fazenda Auricídia, em Ferradas, município de Itabuna. Filho do "coronel" João Amado de Faria e de Eulália Leal Amado, foi com apenas um ano para Ilhéus, onde passou a infância. Mudou-se para Salvador, onde passou a adolescência e entrou em contato com muitos dos tipos populares que marcaria sua obra.

Aos 14 anos, começou a participar da vida literária de Salvador, sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes, grupo de jovens que (juntamente com os do Arco & Flecha e do Samba) desempenhou importante papel na renovação das letras baianas. Entre 1927 e 1929, foi repórter no "Diário da Bahia", época em que também escreveu na revista literária "A Luva".

Estreou na literatura em 1930, com a publicação (por uma editora carioca) da novela "Lenita", escrita em colaboração com Dias da Costa e Édison Carneiro. Seus primeiros romances foram "O País do Carnaval" (1931), "Cacau" (1933) e "Suor" (1934).

Jorge Amado bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais na Faculdade de Direito no Rio de Janeiro (1935), mas nunca exerceu a profissão de advogado. Em 1939, foi redator-chefe da revista "Dom Casmurro". De 1935 a 1944, escreveu os romances "Jubiabá", "Mar Morto", "Capitães de Areia", "Terras do Sem-Fim" e "São Jorge dos Ilhéus".

Em parte devido ao exílio no regime getulista, Jorge Amado viajou pelo mundo e viveu na Argentina e no Uruguai (1941-2) e, depois, em Paris (1948-50) e em Praga (1951-2).

Voltando para o Brasil durante o Segunda Guerra Mundial, redigiu a seção "Hora da Guerra", no jornal "O Imparcial" (1943-4). Mudando-se para São Paulo, dirigiu o diário "Hoje" (1945). Anos depois, no Rio, participou da direção do semanário "Para Todos" (1956-8).

Em 1945, foi eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro, por São Paulo, tendo participado da Assembléia Constituinte de 1946 e da primeira Câmara Federal posterior ao Estado Novo. Nessa condição, foi responsável por várias leis que beneficiaram a cultura. De 1946 a 1958, escreveu "Seara Vermelha", "Os Subterrâneos da Liberdade" e "Gabriela, Cravo e Canela".

Em abril de 1961, foi eleito para a cadeira número 23 da Academia Brasileira de Letras (sucedendo Otávio Mangabeira). Na década de 1960, lançou as obras "Os Velhos Marinheiros" (que compreende duas novelas, das quais a mais famosa é "A morte e a morte de Quincas Berro d'Água"), "Os Pastores da Noite", "Dona Flor e Seus Dois Maridos" e "Tenda dos milagres". Nos anos 1970, vieram "Teresa Batista Cansada de Guerra", "Tieta do Agreste" e "Farda, Fardão, Camisola de Dormir".

Suas obras foram traduzidas para 48 idiomas. Muitas se viram adaptados para o cinema, o teatro, o rádio, a televisão e até as histórias em quadrinhos, não só no Brasil, mas também em  Portugal, França, Argentina, Suécia, Alemanha, polônia, Tchecoslováquia (atual República Tcheca), Itália e EUA.
Seus últimos livros foram "Tocaia Grande" (1984), "O Sumiço da Santa" (1988) e "A Descoberta da América pelos Turcos" (1994).

Além de romances, escreveu contos, poesias, biografias, peças de teatro, histórias infantis e até um guia de viagem. Sua esposa, Zélia Gattai, é autora de "Anarquistas, Graças a Deus" (1979), "Um Chapéu Para Viagem" (1982), "Senhora Dona do Baile" (1984), "Jardim de Inverno" (1988), "Pipistrelo das Mil Cores" (1989) e "O Segredo da Rua 18" (1991). O casal teve dois filhos: João Jorge, sociólogo e autor de peças infantis; e Paloma, psicóloga.

Jorge Amado morreu perto de completar 89 anos, em Salvador. A seu pedido, foi cremado, e as cinzas, colocadas ao pé de uma mangueira em sua casa.